VIAGEM PARA MEIO MUNDO - by Eng José Eduardo Cavalcanti - 2/2/2014

Created by Sandra 9 years ago
O início Corria o ano de 1983. A Ecopam, fundada em 1974, iria fazer 10 anos. Um dia de fevereiro, recebi a visita de um representante de uma empresa multinacional, fabricante de equipamentos de saneamento. Falamos neste encontro de vários assuntos relacionados com o mercado do setor de saneamento. Às tantas, perguntou-me se eu iria para o congresso e para a mostra técnica de equipamentos da WPCF que iria ocorrer em abril daquele ano em Detroit nos EUA, onde eles teriam um “stand”. Apesar de nem desconfiar da existência deste congresso respondi que desta vez não iria por falta de tempo. E ele de supetão: E se nós bancássemos. Após o susto respondi: Bem...se é assim... Em seguida, outra surpresa. Pediu-me para indicar um outro especialista da área para eles poderem também convidar para aquele evento. Indiquei, sem titubear, o Romildo. Ele agradeceu e pediu para enviar nossas coordenadas para serem providenciados os bilhetes aéreos e o hotel. Assim que ele saiu telefonei ao Romildo que estava na Oesa para contar a novidade. E que novidade!!. O Romildo topou na hora. Note-se que isso aconteceu há 30 anos em que as viagens ao exterior não eram tão corriqueiras assim e nem banalizadas como nos dias de hoje. A viagem Nesta época a Ecopam estava fazendo um trabalho para a Sabesp em parceria com uma empresa alemã e eu deveria viajar para a Alemanha visitar umas instalações de tratamento de resíduos para poder subsidiar os estudos que a Ecopam estava desenvolvendo para a Sabesp. Uni o útil ao agradável e a empresa que nos convidou topou desdobrar os dois bilhetes aéreos segundo o seguinte roteiro: SP- NY- Detroit- NY-Munique-Paris- SP. Acrescentei Paris porque tinha necessidade de visitar um aterro de resíduos que ficava próximo a Paris. Detroit Decolamos para NY e, logo em seguida para Detroit onde nos instalamos em um hotel muito bom (tudo pago pelos nossos patrocinadores). Em NY só troca de aeroportos (Kennedy para La Guardia). Ficamos uma semana em Detroit, do hotel (aliás muito bom) para a exposição ou fazendo visitas técnicas (fábrica da Cadillac, US Corp Army e outros. Fomos também a Windsor no Canadá, cidade visinha a Detroit onde visitamos uma estação de tratamento de esgotos. No período noturno, nos instalamos no Cobo Hall, conjunto de torres, das quais a mais alta tem mais de 70 andares. Lá havia um restaurante giratório onde era possível avistar os EUA e o Canadá nas regiões circunvizinhas de Detroit. Todas as noites eu e o Romildo íamos jantar naquele restaurante giratório juntamente com outros brasileiros congressistas e um americano, também congressista, com quem fizemos amizade. Ficávamos lá, apreciando a vista por horas papeando até retornarmos ao nosso hotel. No Cobo Hall era onde se concentravam as atividades do congresso e, volta e meia, eram servidos coquetails ( aliás, para nossa surpresa, as bebidas eram cobradas diferentemente das “bocas livres” aqui do Brasil). Outra surpresa: os taxis em Detroit tinham paredes de vidro blindada separando a parte da frente da parte de trás onde ficam os passageiros. Não havia lugar para o carona na frente. O pagamento das corridas era feito através de um “slot” encartado no vidro blindado. Desse modo, havia total separação entre o motorista e os passageiros. (estranhamos tanto cuidado pela segurança diferentemente da que era feita aqui no Brasil naquela época em que as questões de segurança não tinham as dimensões de agora. Comentei até com o Romildo dizendo: “será que isto vai também acontecer no Brasil?”. O Congresso em si foi muito bom, se bem que só participamos da exposição e das visitas técnicas, mas não das conferências. Era um congresso de 1o mundo, muito mais diversificado que os que se realizavam no Brasil àquela época. Uma semana após, findo o Congresso voamos muito dedo para NY. Lá chegando, já por nossa conta (pois o patrocínio havia sido encerrado em Detroit), dirigimo-nos ao Hotel Roosevelt (45th street) onde ficamos no mesmo quarto que tinha duas enormes camas de casal. Assim que nos instalamos saímos sôfregos por NY (eu não conhecia mas o Romildo parecia conhecer, pois era ele que se portava como o anfitrião da cidade).Só tínhamos aquele fim de semana. Visitamos inúmeros lugares, mas principalmente o agito da vida noturna de NY. Sempre a pé por Manhattan, às vezes pegando taxi em trechos curtos. Nunca por metrô. Atuamos como observadores da vida novayorquina. Não fomos a nenhum teatro ou museu, Só queríamos ver e sentir a cidade através das ruas da Broadway. Hotel, só para dormir. Era como se estivéssemos numa “disneylândia” adulta. Compramos poucos “souvenirs” (o dinheiro era curto e ainda teríamos que seguir viagem para a Europa). No domingo à noite embarcamos para a Alemanha, para Munique. Pegamos auma Van disponibilizada pelo Hotel e fomos até o aeroporto Kennedy para pegarmos o voo da Lufthansa para Munique. No guichê, daquela companhia fomos informado pela moça da Lufthansa que o nosso voo havia sido cancelado. Me lembro que na hora o Romildo, preocupado, me perguntou: Cavalcanti, você sabe falar alemão? Não, eu não sabia falar alemão e nem mesmo inglês (nem o Romildo), Por isso, o motivo da preocupação (lembro que tudo isto aconteceu no inicio dos anos 80. Hoje, isto soa hoje no mínimo estranho, mas naquela época... Hoje, este tipo de preocupação ficou no passado. Mas, acabamos por arrumar outro voo e partimos para a Europa... (continua)