Uma das qualidades que caracterizava o Romildo era seu senso prático posto à prova nos momentos mais estressantes. Irei relembrar, neste dia em que Romildo completaria 69 anos, um episódio que dá bem a dimensão disto que estou falando: Quando nosso amigo comum, Nelson, faleceu tragicamente lá pelos idos dos anos 90, vítima de mal súbito quando nadava na praia de Bertioga em companhia de seu filho caçula, Romildo foi o primeiro a socorrê-los e posteriormente prestar, juntamente com sua família, todo o apoio e solidariedade à viúva e a seus filhos menores naquele momento triste e difícil. Com o espírito de iniciativa que lhe era peculiar, Romildo deu sequência imediata aos trâmites que a situação do momento requeria, providenciando o translado do corpo ao IML local e posteriormente a São Paulo para o sepultamento. Mas uma das maiores preocupações do Romildo àquela altura era também proteger a família do Nelson quanto a situação financeira futura decorrente da perda abrupta do arrimo provedor. Romildo, então, em seu depoimento á polícia e a empresa seguradora caracterizou perfeitamente o acidente como de fato aconteceu: morte por afogamento. A importância desta afirmação peremptória foi muito grande. Como se sabe, o valor segurado nestas circunstâncias é muito maior que o fixado para morte natural e Romildo sabia muito bem deste fato que acabou por ensejar à família do Nelson uma indenização substanciosa ajudando-a naquele momento de imenso sofrimento e preocupação com o futuro imediato. Graças a esta ajuda, Eloisa, sua esposa, pode terminar de criar e educar até o nível superior todos os seus 3 filhos, que hoje, já adultos, são profissionais liberais bem sucedidos: uma é médica, outro piloto da Azul e a outra administradora de empresas. Heloisa prossegue como agente de viagens, profissão que lhe deu sustentação financeira e atualmente está novamente casada. E a vida prossegue... Mas, Romildo, no dizer do Aloizio Fagundes, desempenhou naquele episódio o papel de um verdadeiro “Anjo da Guarda”.