Como Conheci o Romildo - by Eng.º José Eduardo W. de A. Cavalcanti - 17/10/2013
Created by Sandra 9 years ago
Conheci o Romildo em 1970 quando trabalhava na Planidro já em seu novo endereço, um casarão antigo construído na década de 40, localizado nà Av. Angélica 1814 no bairro de Higienópolis, São Paulo.
Foi na biblioteca da Planidro que ocupava uma das salas do casarão. Na ocasião eu estava procurando catálogos sobre bombas e, coincidentemente, ele também. Romildo tinha sido recentemente contratado pela firma, vindo da Comasp (atual Sabesp). Na época, a Planidro em grande fase de expansão contratava engenheiros quase semanalmente pois estava desenvolvendo inúmeros projetos de porte, dentre eles o da ETA Guaraú (a maior estação de tratamento de água de São Paulo, até hoje).
Quando viu que eu também procurava por bombas se interessou por me ajudar. Vi logo que ele entendia mais do que eu pelo assunto graças a sua familiaridade prática com estes equipamentos adquirida quando trabalhava na Comasp.
Naquele tempo, éramos ainda jovens, Eu com 26 anos e Romildo com 25. Lembro-me que Romildo cultivava um farto bigode preto que mais tarde se ampliou transformando-se em uma vasta barba que permaneceu por muitos anos.
Na época eu trabalhava no Departamento de águas Residuais da Planidro, capitaneado pelo Eng. Max Lothar Hess, enquanto o Romildo iniciou na Companhia sob a tutela do Prof. Azevedo Netto, dedicando-se a projetos de sistemas de água, enquanto eu me dedicava a projetos de sistema de esgotos e de efluentes industriais desde 1969, ano em que entrei na Planidro quando ela se situava ainda no Edifício 5ª avenida na Av. Paulista.
Romildo, como eu, era engenheiro químico, sendo ambos os únicos desta especialidade na Planidro uma vez que a quase a totalidade dos engenheiros da Planidro era civil, a exceção do Dr. Max, que além de civil era também engenheiro químico. Nestes tempos, a engenharia sanitária era praticamente atribuição da engenharia civil. Éramos, portanto profissionalmente falando, estranhos no ninho, mas acredito que não decepcionávamos (principalmente o Romildo) nossos diretores e colegas “civis”, dentre os quais o Pannuti, Marcial, Atilio, Celso, Geraldo, Guillermo, Jorge, Torres, Olimpia, Aylson, Fonterrada, Patricio e tantos outros de mesma faixa etária.
Por esta razão, com o passar do tempo, acabamos por desempenhar funções similares na empresa trabalhando no mesmo Departamento.
Romildo era por natureza um cara calmo e ponderado, além de muito inteligente e organizado. Cultuava também muito sua família. Estas características, em resumo exprimem bem o Romildo. Em todos os anos de convivência nunca vi o Romildo se exaltar. Nunca.